quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cintia Fer



Eu sempre quis ser atriz de teatro desde pequena. Foi um desejo que com toda certeza já nasceu comigo. Por isso sempre estava incluída e correndo atrás de peças escolares para participar. E foi assim por alguns anos. Até que no ano de 2005 quando estava com 14 anos por meio de um jornal local de Ibiúna fiquei sabendo que em parceria com a Oficina Cultural Grande Otelo a Prefeitura Municipal estaria promovendo uma oficina teatral na cidade sob a coordenação de Ronaldo Dias (ator e diretor). Fiquei muito contente com a noticia, pois vinha esperando por uma oportunidade como esta há anos. Inscrevi-me e iniciei o curso, no primeiro dia ao mesmo tempo em que estava muito feliz também estava meio assustada, pois tudo era muito novo e encantador. Nesta oficina fizemos a montagem da peça teatral infantil “O palhaçinho triste e a rosa” e foi com esta primeira oficina e com esta primeira montagem que descobri que a arte de interpretar era o que eu queria para minha vida, e descobri também técnicas e que interpretar é muito mais do que decorar falas ou fazer tipo em cima de um palco e de que é preciso muita dedicação, determinação, superação e amor, pois mesmo com tudo isso as dificuldades são grandes e evidentes. No ano de 2006 quando fiquei sabendo que haveria novamente a oficina teatral na cidade, fui correndo fazer minha inscrição, como no ano anterior às alegrias e dificuldades estavam presentes. Alegrias, pois aprendemos muito mais coisas e dificuldades, pois não tínhamos muito apoio e o grupo sofria com a falta de muitas coisas como dinheiro para alimentação e transporte de alunos que moravam em locais afastados e de colaboradores para nos ajudar na confecção e na verba para cenário, figurino, iluminação e etc. No ano de 2007 não entrei na nova oficina, pois o dia e horário da oficina estavam batendo com os dos meus estudos, sofri muito com essa situação, pois estava adorando esse contato que estava tendo com o teatro e diversas outras expressões culturais. Mas neste ano apesar de estar afastada do grupo, foi com este afastamento que pude amadurecer organizar meus aprendizados e dar mais valor ao grupo e ao nosso diretor (Ronaldo Dias) que tanto modificou a minha vida e me ensinou a ser uma pessoa melhor. Então quando retornei a oficina no ano 2008, posso dizer que estava feliz e animada e ainda mais ao saber que neste ano tanto eu como outras pessoas que entraram no grupo no ano de 2005 passaríamos a ser da Cia Una D’art a companhia do nosso diretor. E o nosso novo projeto seria a montagem da peça teatral “O mártir – São Sebastião”, que seria dirigido em conjunto por Ronaldo Dias e por Joaz Campos nosso novo parceiro e amigo. Foram longos meses de ensaios, dedicação e muito trabalho, tivemos muitas dificuldades em suprir nossas necessidades financeiras. Mas conseguimos superar tudo isso com muita união e no final tudo deu certo. Neste mesmo ano fizemos outra montagem teatral o da peça “A trágica historia de Romeu e Julieta” onde nosso grupo fez uma releitura e adaptação trazendo o clássico de Shakespeare Romeu e Julieta para nossos dias atuais. Posso dizer que foi um grande espetáculo cheio de romance, superações e grandes talentos. Por fim neste ano de 2009, mesmo depois de muitos desencontros, obstáculos e problemas pessoais conseguimos enfim iniciarmos nosso novo projeto que será sobre a cultura popular brasileira e que sem duvida nenhuma será um dos melhores e mais especiais projetos já desenvolvido pela companhia. Ao final destes quatro anos posso dizer que estes foram os anos mais felizes da minha vida, pois estava fazendo o que eu gosto , convivendo com pessoas especiais e aprendendo não só sobre essa arte maravilhosa que é o teatro mais também sobre a convivência humana, o companheirismo, a amizade e o sonhar só tenho a agradecer as pessoas que estão ou estiveram comigo nestes anos principalmente nossos diretores (Joaz e Ronaldo), que nos ensinaram que tudo é possível e que sonhar e realizar e preciso mesmo com tantas dificuldades coletivas ou individuais. Enfim a Cia Una D’art é a prova do amor de um grupo ao teatro, da transformação de crianças e jovens que encontraram na arte a oportunidade de vencer e ter um futuro melhor.

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